domingo, 24 de abril de 2011

FIDELIDADE OU LEALDADE ?






Infidelidade, deslealdade. Duas palavras capazes de arrepiar até as mulheres mais duronas, seguras de si, e os homens mais vaidosos. Não à toa! Quando a gente fala em casamento, impossível não pensar em casal, em dois. Vida a dois, planos a dois, preocupações a dois e ponto final. 

Terceiros não são bem-vindos, nem mentiras e omissões. É aí que as coisas se complicam porque se considerarmos que lealdade e fidelidade não têm o mesmo significado, existe, de fato, uma linha muito tênue entre um e outro. Há quem diga que são a mesma coisa. O debate está aberto! De que lado você está?


Fidelidade é cultura



É certo que fidelidade tem muito mais apelo na nossa cultura, inclusive pela conotação sexual da expressão. Se buscarmos lá atrás, em tempos mais remotos, vemos que fidelidade tem a ver com a virgindade das mulheres. Era a garantia que o homem tinha de que os filhos seriam realmente seus legítimos herdeiros.

Eu acho que existem dois tipos de traição, a sexual e a moral. Nem sempre quem é infiel é desleal. Conheço muitos que perdoariam por exemplo, uma traição sexual, mas nunca uma deslealdade, que é quando você confia em alguém e este alguém lhe apunhala pelas costas.

Antigamente, pasmem, ser fiel não era, digamos, de praxe em algumas sociedades. Os casais de Esparta, na Grécia, não davam a mínima para o adultério. Pelo contrário: ele era praticado sem pudores para combater o ciúme excessivo. E nem a Igreja Católica segurou as francesas de Savóia. Uma vez por ano elas se reuniam para visitarem tabernas e se encontrarem com outros homens. Todas, atenção, com o consentimento dos respectivos maridos.

Mas os tempos mudaram. Falar, hoje, em traição, seja como contrário de fidelidade ou de lealdade, é provocar uma centelha num terreno altamente inflamável e explosivo.  Fidelidade e lealdade têm muito mais a ver com o pacto que o casal estabeleceu para si do que com qualquer outra coisa. Ser fiel e ser leal são dois atributos complementares que andam de mãos dadas. No meu entendimento, para ser leal é preciso ser fiel e vice-versa. Mas admito que nada no mundo dos relacionamentos amorosos é tão simples e tudo depende do modo como o casal acerta certas regras da relação.



O que eles e elas pensam


Há toda diferença do mundo entre uma coisa e outra. A fidelidade diz respeito ao relacionamento, enquanto a lealdade é um sentimento maior e mais individual. Eu acredito que, para uma pessoa ser leal à outra, é preciso, em primeiro lugar, ser leal a si mesma. Acho que a lealdade vem antes de tudo, porque alguém pode ser infiel, mas leal, como também pode ser completamente desleal, sem nunca ter sido infiel.

Leal a si mesma e infiel ao outro?  

É possível trair, mas continuar sendo leal ao casamento? Isso, a meu ver, não existe. Quando a pessoa é infiel, de tabela acaba sendo desleal. Quando se trai um amigo ou um amor, você está sendo infiel e desleal: infiel com o amigo ou parceiro, e desleal consigo mesma.

Mas muitos descordam desta opinião acima, e acham que fidelidade tem mais a ver com interesses sexuais, e lealdade está relacionada a valores, personalidade, caráter. Um leitor do blog confessa: "Sou casado há 25 anos, apaixonado pela minha esposa, entretanto acho que ela não tem mais atração sexual por mim. Sou um homem saudável, preciso e tenho vontade de ter uma vida sexual ativa, então às vezes fico com outras mulheres, mas nada sério - e nem quero! Vou terminar meus dias com a minha esposa". "Acho que não sou infiel, sou?".

Situação parecida mexe com a vida de um outro leitor, um homem casado, sim, mas só até pisar em seu escritório. Lá, ele não se intimida: assiste a filmes pornôs e solta todas as suas feras em cima de quem ele está interessado. Para ele, rapidinhas no escritório não são traição e só seriam se ele levasse as mulheres para o motel. Segundo nosso leitor, que apesar de se considerar leal ao casamento enfrenta dilemas de consciência, a carne é fraca.

Para mim, isso reflete bem a nossa sociedade. Entre lealdade e fidelidade, acho que as mulheres em geral ficam com a lealdade, porque aprenderam, por um processo cultural, a relevar a traição carnal do marido. A culpa sempre recai na amante e não no marido. O problema é quando o homem dá afeto à outra. Para a maioria delas, aí sim é deslealdade. Já o homem tende a se preocupar mais com a fidelidade sexual. É inconcebível que a mulher tenha prazer com outro.

Mas um outro leitor, por exemplo, diz que nunca perdoaria sua mulher se ela colocasse nele um par de chifres. "Acho que existem dois tipos de traição, a sexual e a moral. Nem sempre quem é infiel é desleal. Eu, por exemplo, perdoaria uma traição sexual, mas nunca uma deslealdade, que é quando você confia em alguém e este alguém lhe apunhala pelas costas", afirma. De acordo com ele, ser fiel sexualmente, mas tentar sabotar o parceiro de alguma outra forma é o que há de pior numa relação.

Pois é, ao que parece, é possível ser fiel e leal, infiel e leal, fiel e desleal e infiel e desleal. Confuso, não? O tema é mesmo complexo, mas acontece que para descomplicá-lo é simples: basta conversar.


Acordos, regras e compromissos


Todos os relacionamentos existem com base em pactos de confiança. O casal deve estabelecer quais são as regras do jogo. Isso porque, afinal, o que é infidelidade ou deslealdade? Trocar olhares, paquerar platonicamente, marcar um encontro, trocar beijos? Depende do casal e do compromisso que cada um tem com o parceiro.


Selados os acordos entre o casal, qualquer ruptura pode ser considerada uma infidelidade. O infiel é aquele que não cumpre o que foi combinado. E quem é desleal mente, é desonesto, não é sincero, o que configura a traição: "Traição é aquilo que você faz sem o outro saber, às escondidas, quebrando o compromisso de lealdade".

Para muitas pessoas, a lealdade é importante porque ela tem a ver com amizade e cumplicidade. Se o relacionamento sobrevive ao tempo, se o sexo deixa de existir ou não existe com tanta frequência, outros sentimentos, como amizade e lealdade, acabam por manter unido o casal que se ama.

Portanto, se o casal decide estabelecer novos pactos, como o de relacionamento aberto, se permitindo escapadinhas extraconjugais, então estão sendo leais e fiéis ao que combinaram. Às vezes lealdade é, também, ver que a relação não está mais dando certo e partir para outra, sem correr o risco de trair ou de machucar alguém, de repente você mesma.

Fidelidade, lealdade... A lição que fica dessa história toda é que o importante é, acima de tudo, verdade e respeito.


 BJS DE LUZ NO CORAÇÃO

BLAYDE

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